segunda-feira, 27 de junho de 2011

Mitos e verdades sobre Sociedades Secretas


As Sociedades Secretas existem desde os primórdios da humanidade, desde o momento em que o homem passou a se comunicar com outros, criar hierarquias sociais e organizar reuniões para discutir benefícios próprios ou em prol da sociedade.
Há um número incontável desses grupos espalhados por todo o mundo. Em sua maioria, organizações inofensivas que reúnem indivíduos com as mesmas ideias e um objetivo em comum.
Estudiosos acreditam que essas associações tiveram início com a consanguinidade, que determinou os primeiros grupos sociais, chamados clãs de parentesco.
Depois disso vieram os casamentos intertribais, permitindo a ampliação de determinada organização e originando a primeira reunião de cunho social.
Na sequência, podemos conferir o nascimento dos cultos religiosos e dos clubes políticos, que durante muito tempo caminharam juntos, mas depois se dividiram em duas classes: político-social e místico-religiosa.
Além de dividir ideias e objetivos, há outros motivos para o secretismo, como a prática de ritos religiosos minoritários; preservar segredos do “espírito” ou do comércio; desfrutar de algum talismã ou magia especial; e o próprio fascínio que o mistério causa.
Abaixo, o internauta conhecerá um pouco mais sobre algumas das principais e mais influentes Sociedades Secretas, como atuam, ou atuaram, frente à sociedade de seu tempo.

Templários

Uma das mais famosas organizações militares de cavalaria do mundo, a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, conhecida popularmente como Ordem dos Templários ou Ordem do Templo, foi instituída em 1118 por Hugo de Payens (1070-1136), fidalgo francês da região de Champagne.

Hugo de Payens
A criação dos Templários contou com total apoio da Igreja Católica e tinha como objetivo garantir a segurança dos cristãos que voltaram a fazer peregrinação após a conquista de Jerusalém pela primeira Cruzada, além de proteger locais e templos sagrados da cidade.
Durante os dois séculos de atuação na Idade Média, a ordem adquiriu grande poder político, militar e econômico. O nome do grupo originou-se pelos votos de pobreza e castidade feitos por seus membros, pela fé em Cristo, e também porque a sede foi construída nos estábulos do antigo Templo de Salomão, na Terra Santa.
Conta-se que nos primeiros nove anos de existência, os Cavaleiros dedicaram-se a escavações em sua sede e que, além de documentos e tesouros que os tornaram poderosos, encontraram também o Santo Graal, cálice onde foi coletado o sangue de Jesus Cristo na cruz e que também foi utilizado na última ceia.
Foram os Templários também os precursores do cheque e do sistema financeiro internacional, uma vez que transportar riquezas na Idade Média representava grande risco.
Com o sistema criado pela Ordem, os viajantes poderiam depositar qualquer quantia em uma das fortalezas templárias, recebendo um documento cifrado que poderia ser descontado em qualquer outra fortaleza.
Para essa operação era cobrado um percentual. Com o tempo, o objetivo inicial do grupo, que era proteger os peregrinos e os lugares santos, foi dando espaço a preocupações mais materialistas, como manter relações diplomáticas com qualquer tipo de pessoa que trouxesse benefícios para a organização.
Seu poder e vasta riqueza instigaram a ambição de muitos e motivou a ideia de “destruição” da Ordem do Templo. Assim, o rei Filipe IV – O Belo -, da França, querendo se apropriar dessa fortuna, acusou os membros da ordem de heresia e imoralidade. E, com o apoio do Papa Clemente V, planejou o fim da organização.
Rei Filipe IV, O Belo
Em outubro de 1307, o rei exigiu a presença de todos os membros templários da França. Eles foram encarcerados em masmorras e submetidos a torturas para se declararem culpados de heresia.
Após a confissão, sob tortura, os membros superiores da ordem foram condenados a serem queimados vivos e a extinção do grupo foi aprovada por Clemente V no Concílio de Viena, em 1311.

Maçonaria

Indumentária maçônica

O nome "maçonaria" é originário do francês maçonnerie e do inglês masonry, que significa "construção". Esta construção é feita pelos maçons nas suas Lojas (Lodges), alguns autores dizem que a palavra é mais antiga e teria origem na expressão copta Phree Messen (Franco-maçon), cujo significado é "filhos da luz".
Embora seus membros não classifiquem a organização como sociedade secreta, muitos acreditam que seja. As especificações encontradas para explicar o que é a Maçonaria remetem a uma associação de caráter universal, com membros que valorizam de desenvolvem, entre outras coisas, a filantropia, a justiça social, os princípios de liberdade, a democracia, a igualdade, e a fraternidade.
Segundo informações da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), a história da Maçonaria pode ser dividida em três períodos: o antigo ou lendário; o medieval ou operativo e o moderno ou especulativo.
Alguns historiadores apontam o século V a.C (antes de Cristo) como surgimento desse grupo, com a construção do Templo de Salomão. Justamente por essa linha de estudo, muitas pessoas relacionam a organização com a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão , também conhecida como Ordem do Templários.
No medieval, os “Collegias Fabrorum” do Império Romano deram origem às associações de artífices de mesmas profissões e, na Alemanha, tais entidades foram denominadas de “Guildas” de operários, que atuavam em construções de palácios, catedrais, mausoléus, entre outros – seriam os pedreiros da época.
As associações tinham por via de regra guardar os segredos das profissões, sendo divididos com poucos e depois de um certo aprendizado.
Os maçons da idade lendária e medieval são tidos pelos historiadores como maçons operativos, designação oriunda do trabalho manual de muitos, enquanto o trabalho intelectual era privilégio de poucos.
Já o período moderno ou especulativo teve início durante o século XVII, quando a construção de catedrais estava em declínio.
O fato levou muitas “guildas” de talhadores de pedra a aceitar, como membros, pessoas de letras eruditas, que deram outro rumo à Maçonaria, tornando-a especulativa. Como não eram profissionais da arte da construção, foram rotulados de "maçons aceitos".
Com a evolução da organização, chegamos em 1717, ano em que foi estabelecida a Maçonaria como conhecemos hoje.
Na ocasião, quatro Lojas Maçônicas, abertas em Londres (Inglaterra), formaram a primeira Grande Loja do Mundo, a qual passou a credenciar outras Lojas e Grandes Lojas em muitos países.
De acordo com a CMSB, há aproximadamente 10 milhões de Maçons distribuídos por mais de 150 Grandes Lojas existentes em todo o mundo.
No Brasil, a Maçonaria passou a operar como tal por volta de 1822. Atualmente, o país possui 27 Grandes Lojas e mais de 80.000 maçons.
A ordem dos maçons não aceita mulheres e, para ingressar no grupo, o indivíduo precisa se submeter a um ritual de aceitação, além de estar de acordo com todas a idéias difundidas pela associação.

Ordem Rosacruz

Segundo os próprios rosacrucianos, a Ordem Rosacruz, AMORC, é uma organização internacional, de caráter místico-filosófico, que tem por missão defender a fraternidade universal entre todos os homens e auxiliar na evolução espiritual da humanidade. Tudo isso dentro de sua tradição e cultura.
Assim como na Maçonaria, possuem Grandes Lojas e, de acordo com seus seguidores, o grande objetivo é desenvolver também as potencialidades de cada indivíduo, proporcionando assim uma vida mais harmoniosa que o levará à saúde, à felicidade e à paz.

Templo da Rosa Cruz

O nome da ordem vem do latim Antiquus Mysticusque Ordo Rosae Crucis, do qual se deriva a sigla A.M.O.R.C. A tradução desse nome é Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis.
Segundo informações da própria organização, a origem da ordem teve início com as Escolas de Mistérios do Egito Antigo, sendo que os primeiros membros se reuniam em câmaras secretas de antigos templos e, como candidatos, eram iniciados no universo dos mistérios.

Faraó Tutmés III, que teria organizado a 1ª Fraternidade de Iniciados

De acordo com a tradição Rosacruz, as grandes pirâmides de Gizé não foram construídas para serem tumbas de faraós, mas para servirem de local de estudo e iniciação.
Ao longo dos séculos essas Escolas de Mistérios evoluíram gradativamente para grandes Centros de Saber, atraindo estudantes de todo o mundo.
O Faraó Tutmés III (1500 a 1447 a.C.) organizou a primeira Fraternidade de Iniciados baseada em princípios perpetuados até hoje pela Ordem Rosacruz.
Depois disso, o Faraó Amenhotep IV teve sua iniciação e estabeleceu uma filosofia que reconhecia Aton, o disco solar, como símbolo da divindade única, a base da própria vida, o símbolo da Luz, da Verdade e da Bem-aventurança.
Em seu símbolo, a associação traz uma cruz dourada, que representa a matéria e o corpo humano, e uma rosa semidesabrochada, que simboliza o desabrochar da consciência por meio de experiência corporal ou material.
Em todos os países que atua, 20 no total, a ordem está registrada como uma organização místico-filosófica, templária, não-religiosa e cultural, não-lucrativa, educacional e apolítica.
Atualmente, a sede mundial, chamada de Suprema Grande Loja, fica em San José, na Califórnia (EUA). O responsável pela Suprema Grande Loja é chamado de Imperator, termo tradicional que designa o presidente. Abaixo da Suprema, existem as Grandes Lojas, que atuam por idioma. Cada Grande Loja está sob a responsabilidade de um Grande Mestre.
No Brasil, em Curitiba (PR), está a Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa, que é a sede mundial das atividades Rosacruzes para todos os países que têm o português como idioma.
Alguns nomes conhecidos que tiveram ligação com a ordem: Leonardo Da Vinci (1452-1519); Cornelius Heinrich Agrippa (1486-1535); Paracelso (1493-1541); Francis Bacon (1561-1626); René Descartes (1596-1650); Blaise Pascal (1623-1662); Baruch Spinoza (1632-1677); Isaac Newton (1642-1727); Benjamin Franklin (1706-1790); Thomas Jefferson (1743-1826); Marie Corelli (1855-1924), Claude Debussy (1862-1918); e Edith Piaf (1916-1963).

Illuminati

Suposto uso do símbolo dos Iluminatis na nota de 1 dólar dos EUA

O primeiro registro que se conhece do termo Illuminati vem do século II d.C (depois de Cristo), quando um autointitulado profeta chamado Montanus converteu-se ao cristianismo.
Depois disso, não se teve mais notícias desse “movimento” até que, na Espanha dos séculos XV e XVI, surgiu um grupo chamado Alumbrados.
Eles diziam estar em comunhão direta com o Espírito Santo e uma de suas primeiras líderes foi La Beata de Piedrahita, filha de um operário de Salamanca.
Na época, ela declarou que mantinha conversas com Jesus e com a Virgem Maria. Outro segmento dessa organização se deu na França, em 1623, e ficou conhecida como Illuminés. Embora sua rápida proliferação na época, há poucos ou quase nenhum registro sobre sua natureza, práticas ou crenças.
A mais conhecida sociedade nesse estilo foi criada em 1º de maio de 1776, pelo alemão Adam Weishaupt, e foi batizada de Ordem dos Perfectibilistas, conhecida tempos depois como Illuminati ou A Nova Ordem Mundial.
A doutrina dessa organização “comandada” por Weishaupt era um misto de misticismo islâmico, disciplina mental jesuíta e alguns ensinamentos da maçonaria.
Seus membros tinham como missão aderir a um código de moralidade rígido para criar uma sociedade de homens suficientemente fortes para se opor às forças do mal.
Em 1784, o governo bávaro (alemão) baniu todas as sociedades secretas incluindo os Illuminati e os maçons.
No livro Anjos e Demônios, Dan Brown também associa os Illuminati com a Maçonaria e parte da premissa de que no século XVI, sendo os Illuminati banidos de Roma, foram recolhidos pelos maçons bávaros, utilizando os mesmos como cobertura para suas atividades. A ideia criada aí é de que se formou uma sociedade secreta dentro de outra sociedade secreta.
De acordo com teóricos de conspiração, a Nova Ordem Mundial, ou Illuminati, manipula eventos mundiais há centenas de anos.
Para eles, um dos principais objetivos dessa organização é unir o mundo sob um único governo, reduzindo a população em dois terços e diminuindo a escala da tecnologia industrial para reduzir a poluição.
Já os céticos não acreditam nessa possibilidade de governo único para controlar todas as nações, pois cada país possui interesses próprios.
Atualmente, alguns teóricos afirmam que a Nova Ordem Mundial é composta por líderes mundiais, figuras religiosas, magos dos negócios, financistas e celebridades de todo o mundo.

Ku Klux Klan

Passeata da Ku Klux Klan em Washington em 1928

Essa é conhecida como uma das sociedades secretas mais perversas do século XX. Defendem a supremacia branca e o protestantismo frente a outras religiões.
Com o passar do tempo, tornou-se uma das maiores ameaças às liberdades civis americanas, tendo como alvos não só os negros, mas também judeus, homossexuais, feministas, liberais anticristãos e estrangeiros.
Essa organização foi criada no final da Guerra Civil Americana, em 24 de dezembro de 1865, na pequena cidade de Pulaski, no Tennessee. Inicialmente, o grupo foi formado por seis indivíduos sulistas que tiveram seus direitos cassados e que haviam sido, em uma ocasião ou outra, oficiais do exército derrotado dos confederados.
Insatisfeitos com a ideia de que os negros não eram mais obrigados a servir como escravos a seus senhores brancos, estabeleceram uma irmandade secreta para lutar contra aquilo que consideravam uma injustiça social.
O nome Ku Klux Klan (KKK) foi extraído da palavra grega kyklos e seus membros, aproveitando-se do fato de suas vítimas serem extremamente supersticiosas, escolheram vestes brancas, máscaras e capuzes para fazer com que os membros das comunidades negras acreditassem que eles eram os fantasmas dos soldados confederados mortos, que viviam no inferno, e perambulavam à noite em busca de água.
O KKK também tinha como alvo brancos suspeitos de ajudar e estimular seus vizinhos negros. Bem como professoras brancas que lecionavam em escolas de negros, negociantes brancos que trabalhavam com colegas negros, ou qualquer um que eles consideravam “culpado” em dar a um negro o mesmo tratamento dispensado a um branco.
Mesmo crescendo como força política, em 1869 o KKK já apresentava sinais de problemas internos e não conseguia mais controlar todas as suas facções.
A base de sua existência passou a ser então a violência e o desgoverno. Sendo assim, a sociedade foi desfeita em janeiro daquele ano e todos os documentos a respeito da organização foram destruídos.
Até hoje existem faíscas que tentam reacender a chama do que foi a Ku Klux Klan, mas sem maiores entusiastas. Nos dias de hoje, o grupo conta com um efetivo de aproximadamente três mil homens em todos os antigos "estados confederados".
Mesmo com o baixo número de associados, é grande a quantidade de simpatizantes da organização.
As sociedades citadas acima são as mais conhecidas por sua atuação e proliferação no mundo. Podemos mencionar ainda: a Argentum Astrum, ordem de magia negra fundada por Aleister Crowley, em 1907; a Sociedade Thule, irmandade ariana secreta que esteve por trás da ascensão dos nazistas; Muti, praticantes de assassinato ritual e ritos mágicos na África ocidental; Ordem do Templo Solar, seita suicida internacional descoberta na década de 1990; Tong, violenta sociedade chinesa ligada ao crime organizado em todo o mundo; Hashimshim, seita muçulmana que praticava assassinatos na época das cruzadas; Mau Mau, sociedade tribal queniana estabelecida antes da independência daquele país; entre tantas outras.

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