quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O SATANISMO EXISTE

                               
            RITUAL SATÂNICO                          RITUAL SATÂNICO             ANTON LAVEY & DIANE LAVEY

A primeira declaração oficial na qual  se reconhecia a existência do satanismo produziu-se na corte em 12 de Julho de 1680, em Paris, durante o reinado de Luís XIV, quando Madame Montespan, amante do rei, reconheceu que efectuava missas negras consagradas ao Diabo. Para não perder os favores do rei não hesitou em sacrificar crianças recém-nascidos na celebração das missas negras e consagrar o seu sangue a Satanás.

O próprio corpo nu da favorita do real servia de altar nos sacrifícios. Os povos e as tribos mais antigas do mundo, e muito especialmente os persas, acreditavam na existência de um Deus bom e de um mau. Com o passar do tempo, os Judeus foram sensivelmente influenciados por estas crenças entre os anos 331 a.C. e 538 a.C. Nessa época, a antiga Palestina, ou Judeia, fazia parte do enorme império persa, que era duo teísta, e a judaica, claramente monoteísta.
O resultado desta união foi a introdução da ideia da existência de outro deus maléfico, adversário do Deus benéfico.
 
Tudo o que se relaciona com o reino do mal deve ser observado do ponto de vista filosófico. Existem verdadeiros especialistas do tema do Diabo, como o investigador Jean Wier, que , na consequência da constatação de outros eruditos na matéria, considera que o reino do Diabo está organizado como se de um batalhão se trata-se.
Existe um chefe supremo de todos os Diabos chamado Lúcifer ou Satã, ente maléfico por excelência. Junto ao todo poderoso Satã encontra-se uma série de ajudantes e servos, que formam a sua corte e subdividem em:


Rei................................Lúcifer      
Príncipes.......................72 diabos maiores                                      
Legiões.........................1111 diabólicas
Cada legião................... 6666 diabos menores

O Diabo tem uma filosofia autenticamente mercenária e os seus «favores especiais» são concedidos em troca do sacrifício de um ser vivo, que na maioria das ocasiões, é um animal. Dependendo das intenções desejadas, os animais sacrificados são brancos ou pretos; a sua cor está relacionada com o tributo que tenha de pagar; os brancos são para angariar, conseguir, obter coisas; os pretos são para abandonar, eliminar, exterminar.

Uma vez obtido o sangue fresco e o cálice cheio do líquido vital, procede-se à sua consagração de oferenda ao Diabo com invocações como estas: Hoc est meum Belzebu, Lúcifer ou Satã, ao mesmo tempo que o conteúdo do cálice diabólico rega o corpo da neófita. Entretanto, os adeptos recitam salmos enquanto giram em volta do altar humano.


MANIFESTAÇÃO DO SATANISMO


O satanismo, como filosofia , surgiu da suposta rejeição da Natureza por Deus, por ser impura e imperfeita. Mais tarde, tudo o que a Igreja rejeita e condena é aproveitado pelo Diabo, que se serve disso e o explora, por Satã é o «principie deste mundo». É ele que nos faz ter uma vida terrestre sem preocupações, uma vida de bens imediatos, sem nunca pensar hipotética , e ainda por demonstrar, vida ulterior.

Pelo contrário, a Igreja Católica move-se num mundo cinzento e postula a ideia da dor, do sofrimento, da resignação e a esperança de que, através da morte , se aceda a uma vida espiritual melhor. Esta dicotomia criou o bem e o mal e a única arma que a Igreja tem para contrapor à força da vida alegre e diabólica é a ameaça divina de fechar a porta do reino do céu aos seguidores do satanismo.  Muitas foram as pessoas que , não se sentindo completamente identificadas com o Deus bom, monoteísta, judeu-cristão, o rejeitaram e se inclinaram para adorar o seu rival: Satã.

                       
       RITUAL SATÂNICO                              ANTON SZANDOR LAVEY                 BODE SATÂNICO

Os seus seguidores prometeram-lhe amor eterno, servilismo humano e espiritual em troca de lhes facultar riquezas e poder sobre o resto dos seres humanos. Estas pessoas criaram métodos para entrar em contacto com ele e organizaram e sistematizavam determinados ritos de adoração ao Diabo.  Constitui-se assim uma forma de magia negra conhecida vulgarmente por satanismo, que engloba, de facto, todos os libertinos e transgressores das proibições da Igreja.

A liturgia do satanismo deu origem à celebração das missas negras, as quais são, essencialmente, actos ritualísticos-esotérico-religiosos de oferta da vida ao Diabo através dos sacrifícios. São orientados para a obtenção de poderes sobrenaturais para situar o homem à altura dos seres superiores, isto é, converterem-se em autênticos seres diabólicos pelo facto de o deu espírito estar possuído pelo Diabo.

O satanismo manifesta-se em todo o seu esplendor através da celebração das missas negras. De facto, este é um ritual praticado assiduamente desde o século VII, consistindo em copiar as missas cristãs, colonizar o rito cristão, mas com uma simbologia totalmente inversa.

A missa negra, no entanto, tem variantes na sua encenação e a sua oferenda de consagração é dirigida a uma divindade maléfica. Os seus actos consistem em repetir fundamentalmente os mesmos gestos simbólicos e fazê-los completamente ao contrário dos efectuados na missa cristã.
A consagração do vinho é substituída pelo sangue sobre o altar satânico constituído pelo corpo nu de uma mulher, de preferência virgem, a qual se vai iniciar no culto satânico. Esse sangue humano e o espírito da pessoa sacrificada são oferecidos e consagrados em corpo e alma ao Diabo.

O conjunto de ritos e invocações dirigidas ao rei das forças maléficas é presidido por um bode, que simboliza o Diabo, e a missa negra costuma ser oficiada por um padre renegado, ou um sumo sacerdote satanista, que vai convenientemente paramentado com uma batina negra revestida com emblemas demoníacos. Na actualidade, o mais poderoso sumo sacerdote satânico, mais conhecido por Papa negro é o Anton Szandor LaVey fundador da Igreja satânica, sedeada em São Francisco (Califórnia).



GUILLES RAYS, O DIABO EM FORMA DE GENTE


Um caso interessante é de um nobre bretão chamado Gilles de Rays (1404-1440), companheiro de Joana d´Arc. Quando a Donzela de Orleães, o grande modelo de Gilles , foi acusada de feitiçaria e queimada na fogueira, o mundo deixou de fazer sentido para ele.
 
Desapontado, recolheu-se nas suas propriedades e tornou-se um fervoroso devoto e um dos mais terríveis discípulos de Satanás.
As crónicas do seu processo dão conta de 140 crianças terem sido por ele e pelos seus servos sacrificadas em rituais satânicos realizados na cripta do seu castelo de Tiffaug



OS DEMÓNIOS DE  LOUDUN

No auge do combate e da perseguição movidos às bruxas e aos hereges, muitos dos aspectos da personalidade humana até então contidos e refreados manifestaram-se com alguma violência. Os conventos de religiosas deram exemplos de ser incubadoras perfeitas para esse tipo de fenómenos.

Urbain Grandier, um padre de mentalidade liberal e bastante notável, foi vitima deste tipo de situação quando entre 1634 e 1635 as freiras do convento de Loudun desenvolveram ataques de histeria e lascívia motivados pelo facto de desejarem o padre.
Grandier não tardou a ser acusado de satanismo, de ter enfeitiçado as freiras, e acabou por ser queimado vivo



AS MISSAS NEGRAS DO ABADE GUIBOURG
 
A missa negra como perversão do rito católico,  popularizou-se no século XVII. Tornou-se um espectáculo com grande número de entusiastas, nos tempos em que reinou Luís XIV. Uma das missas negras foi organizada pelo abade Guibourg para Athénais de Tonnay-Charente, marquesa de Montespan, futura amante do Rei-Sol, Luís XIV. Possuída pela obsessão de tornar-se rainha, a marquesa quis através de uma missa negra afastar todos os obstáculos que pudessem surgi-lhe à frente.
 
O seu corpo desnudado serviu de altar a Guibourg. O abade disse a missa de acordo com o rito católico, tendo consagrado a hóstia sobre os órgãos genitais da marquesa. A sua ajudante, a Cathérine Montvoisin, também conhecida por La Voisine, trouxe para a celebração uma criança de 2 anos, que fora comprada à sua mãe.
 
Foi então que Guibourg invocou demónios, cortou a garganta à criança que se encontrava sobre a barriga da marquesa de Montespan e recolheu o seu sangue num cálice misturado com vinho e ambos beberam e por fim tiveram relações sexuais.
No fim da celebração o padre entregou à marquesa um saco com os restos da hóstia, das vísceras e do sangue da criança.
No ano seguinte à missa negra realizada a marquesa tornou-se amante do rei, chegando a dar à luz sete filhos deste.


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